Agora vamos falar um pouquinho
da aplicação da teoria da nossa querida teórica! Ela diz que a aplicação do seu
modelo possibilita uma assistência de enfermagem voltada para o homem como um
ser único, valorizando o comportamento humano nas dimensões bio-psico-sociais,
através de seus oito subsistemas. Em UTI, onde a sobrevivência biológica é
fundamental, há uma tendência natural da enfermagem em assistir o paciente em
seus problemas mais relacionados aos sistemas vitais e, portanto, problemas
pertencentes à dimensão biológica do ser humano. Esta tendência é reforçada
pela predominância do modelo biomédico nestas unidades e pela ausência de um
modelo teórico que explicite quem é o ser humano que a enfermagem atende e
quais as suas responsabilidades
para com ele. Desta maneira, ela considera que a aplicação desse modelo
contribui no sentido de assistir este ser humano sem negligenciar o atendimento
de seus
problemas nas dimensões psicossociais,
mesmo quando a meta imediata é manter a vida.
Quando Johnson afirma que o ser
humano
é um sistema comportamental e
um todo que funciona por uma interdependência virtual entre suas partes, ela
modifica a visão da enfermagem influenciada pelo
modelo biomédico, centrada no
corpo físico e baseada numa perspectica analítica de saúde onde o conceito
central é a doença para uma perspectiva mais holística
de saúde que, conforme
Nordenfelt (1995), está no pensamento do homem comum, ou seja, do cliente da enfermagem.
Esta visão mais holística de
saúde ou de
“todo” aparece na aplicação
prática do modelo, como por exemplo problemas ou instabilidades observadas nos
subsistemas ingestivo, restaurativo, eliminativo, agressivo/protetor e de
dependência como taquipnéia, diminuição da amplitude dos movimentos
respiratórios, tosse produtiva sem expectoração, uso dos músculos acessórios da
respiração e presença de tubo orotraqueal podem estabelecer de imediato os
diagnósticos de: Incapacidade de desobstruição das vias aéreas, comunicação
verbal prejudicada, potencial para infecção
e déficit no autocuidado. Como
pode ser observardo na Classificação Diagnóstica da NANDA em associação ao
modelo de
Johnson, além de valorizar as
dimensões psicossociais do comportamento humano, classifica os problemas
encontrados nos subsistemas em categorias diagnósticas e possibilita, dentro
desta perspectiva o
reconhecimento e diagnóstico
formal dos problemas de responsabilidade da enfermagem que o ser humano
apresenta, quando internado em UTI.
Finalmente, um outro aspecto
que ela considera fundamental é o fato de que a Classificação Diagnóstica nos
possibilita o estabelecimento de diagnósticos, não só de problemas reais, mas
também de problemas potenciais. Como por exemplo o simples fato de uma pessoa
estar internada numa UTI já nos possibilita o estabelecimento do diagnóstico de
“Potencial para infecção”. Diagnósticos como este forçam a enfermagem a se
preocupar e abordar os aspectos preventivos da assistência em terapia
intensiva, até então debilmente enfocados, e fundamentais para o pronto
restabelecimento do paciente.
Referência: Teoria de Dorothy
Johnson e a
Classificação Diagnóstica da
NANDA:
Um modelo para Unidade de
Terapia
Intensiva
Autoras
: Millen Cristina M. B. Queiroz & Thais Ferreira de Oliveira